Agosto foi o mês com menor número de mortes por Covid no ano, apontam secretarias de Saúde 5n3m2e
Foram 24 mil mortes, menor total desde dezembro de 2020.Variante delta e vacinação parcial, entretanto, trazem risco de aumento de casos, hospitalizações e, possivelmente, óbitos, na avaliação de especialistas. Agosto foi o mês com o menor número de mortes registradas por Covid-19 em 2021: 24.088 óbitos foram contabilizados pela doença, apontam dados apurados pelo consórcio de veÃculos de imprensa junto à s secretarias de Saúde do paÃs. O número é o menor visto desde dezembro de 2020 (veja gráfico abaixo), quando 21.811 óbitos foram registrados. Apesar disso, especialistas ouvidos pelo G1 alertam que: variante delta e a vacinação incompleta aumentam risco de aumento de casos e de hospitalizações; cenário de alta já verificado no Rio de Janeiro deve se repetir nos demais estados em 2 meses; pandemia não está controlada e a comunicação equivocada sobre a reabertura das atividades traz falsa sensação de segurança; não é aceitável o número de 800 mortes por dia, como registrado na terça-feira (31). O número de óbitos registrados em agosto também foi 37% menor do que o total de julho. Considerando a comparação com abril â o pior mês da pandemia no paÃs â a queda nas mortes foi de 70,8%. Entre julho e agosto, houve queda percentual nas mortes por Covid-19 em todos os estados brasileiros, com exceção do Distrito Federal e de Goiás (veja detalhes mais abaixo). Nos estados Dois estados â o Acre e o Amazonas â tiveram, em agosto, o menor número de mortes por Covid-19 desde o inÃcio da pandemia. Em março de 2020, foram registrados os primeiros óbitos pela doença no Brasil. No Acre, foram registrados 15 óbitos em agosto â menor número desde março de 2020, quando o estado não registrou nenhuma morte pela doença. O Acre também teve a maior queda percentual de mortes de todos os estados brasileiros entre julho e agosto: 75,4% (veja tabela). O estado também não registra novas mortes há dois dias consecutivos (veja detalhes sobre a metodologia do consórcio de imprensa mais abaixo). Mortes por Covid-19/UF Já no Amazonas, foram registradas 160 mortes no mês ado â o menor número desde março de 2020, quando 3 óbitos foram contabilizados. à uma queda de 1.670% em relação a janeiro de 2021, quando o estado bateu recorde de óbitos pela Covid, com 2.832 registros. Outros 2 estados â Piauà e Sergipe â registraram, em agosto, o menor número de mortes desde abril de 2020. Já o Rio Grande do Sul viu a menor quantidade de óbitos desde junho de 2020. Apenas o Distrito Federal e Goiás tiveram aumento percentual nas mortes por Covid-19 entre julho e agosto: de 17,62% e 11,53%, respectivamente. Todos os outros estados registraram queda entre os dois meses. Variante delta e vacinação incompleta trazem riscos, dizem cientistas Linha de produção da vacina CoronaVac, contra a Covid-19, no Instituto Butantan, na Zona Oeste da cidade de São Paulo. MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÃDO Na avaliação de especialistas ouvidos pelo G1, a variante delta e a vacinação incompleta â com a maioria dos vacinados no paÃs tendo recebido apenas a primeira dose â trazem risco de aumento de casos e hospitalizações pela Covid-19 neste mês. Isso já vem ocorrendo no Rio de Janeiro e deve se repetir no resto paÃs, segundo os pesquisadores. Também é possÃvel que haja aumento de óbitos. Casos de delta saltam de 6% para 86% no RJ em dois meses, aponta estudo Para o fÃsico Domingos Alves, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, o paÃs não deverá ter um aumento de mortes em números absolutos de agosto para setembro, mas as tendências de queda vistas nas últimas semanas devem ser revertidas. "A tendência de alta de óbitos e de casos vai aumentar até meados de setembro, com certeza. Eu não creio que para setembro, ainda, vamos ver o número de óbitos absoluto como houve em agosto e julho, mas nós estamos observando que tem uma queda de óbitos e internações em todos os estados [que] vai modificar em setembro â começou pelo Rio e agora vai para São Paulo. Depois o Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte", afirma Alves. âTudo indica que a variante delta vai se tornar dominante no Brasilâ, diz pneumologista A noção de que a situação carioca é um prenúncio para o resto do Brasil é compartilhada por outros cientistas. "O Rio de Janeiro hoje é como Manaus em janeiro, porque começou a variante gama em janeiro â 14, 15 de janeiro em Manaus â, e o resto do paÃs achando que não ia acontecer. Demorou em torno de 2 meses para ver o resto do Brasil tendo o mesmo padrão", lembra a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do EspÃrito Santo (Ufes). "Agora a gente começa no Rio de Janeiro â onde demorou em torno de um mês e meio para [a delta] ser dominante. Muito provavelmente [é] uma questão de tempo, pelo que nós estamos vendo em todos os paÃses e agora no Rio, inclusive pressionando de novo internação, agravamento, leitos, tudo de novo", completa. Até 30 de agosto, haviam sido contabilizados, segundo dados das secreta 66585g


Foram 24 mil mortes, menor total desde dezembro de 2020.Variante delta e vacinação parcial, entretanto, trazem risco de aumento de casos, hospitalizações e, possivelmente, óbitos, na avaliação de especialistas. Agosto foi o mês com o menor número de mortes registradas por Covid-19 em 2021: 24.088 óbitos foram contabilizados pela doença, apontam dados apurados pelo consórcio de veÃculos de imprensa junto à s secretarias de Saúde do paÃs. O número é o menor visto desde dezembro de 2020 (veja gráfico abaixo), quando 21.811 óbitos foram registrados. Apesar disso, especialistas ouvidos pelo G1 alertam que: variante delta e a vacinação incompleta aumentam risco de aumento de casos e de hospitalizações; cenário de alta já verificado no Rio de Janeiro deve se repetir nos demais estados em 2 meses; pandemia não está controlada e a comunicação equivocada sobre a reabertura das atividades traz falsa sensação de segurança; não é aceitável o número de 800 mortes por dia, como registrado na terça-feira (31). O número de óbitos registrados em agosto também foi 37% menor do que o total de julho. Considerando a comparação com abril â o pior mês da pandemia no paÃs â a queda nas mortes foi de 70,8%. Entre julho e agosto, houve queda percentual nas mortes por Covid-19 em todos os estados brasileiros, com exceção do Distrito Federal e de Goiás (veja detalhes mais abaixo). Nos estados Dois estados â o Acre e o Amazonas â tiveram, em agosto, o menor número de mortes por Covid-19 desde o inÃcio da pandemia. Em março de 2020, foram registrados os primeiros óbitos pela doença no Brasil. No Acre, foram registrados 15 óbitos em agosto â menor número desde março de 2020, quando o estado não registrou nenhuma morte pela doença. O Acre também teve a maior queda percentual de mortes de todos os estados brasileiros entre julho e agosto: 75,4% (veja tabela). O estado também não registra novas mortes há dois dias consecutivos (veja detalhes sobre a metodologia do consórcio de imprensa mais abaixo). Mortes por Covid-19/UF Já no Amazonas, foram registradas 160 mortes no mês ado â o menor número desde março de 2020, quando 3 óbitos foram contabilizados. à uma queda de 1.670% em relação a janeiro de 2021, quando o estado bateu recorde de óbitos pela Covid, com 2.832 registros. Outros 2 estados â Piauà e Sergipe â registraram, em agosto, o menor número de mortes desde abril de 2020. Já o Rio Grande do Sul viu a menor quantidade de óbitos desde junho de 2020. Apenas o Distrito Federal e Goiás tiveram aumento percentual nas mortes por Covid-19 entre julho e agosto: de 17,62% e 11,53%, respectivamente. Todos os outros estados registraram queda entre os dois meses. Variante delta e vacinação incompleta trazem riscos, dizem cientistas Linha de produção da vacina CoronaVac, contra a Covid-19, no Instituto Butantan, na Zona Oeste da cidade de São Paulo. MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÃDO Na avaliação de especialistas ouvidos pelo G1, a variante delta e a vacinação incompleta â com a maioria dos vacinados no paÃs tendo recebido apenas a primeira dose â trazem risco de aumento de casos e hospitalizações pela Covid-19 neste mês. Isso já vem ocorrendo no Rio de Janeiro e deve se repetir no resto paÃs, segundo os pesquisadores. Também é possÃvel que haja aumento de óbitos. Casos de delta saltam de 6% para 86% no RJ em dois meses, aponta estudo Para o fÃsico Domingos Alves, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto, o paÃs não deverá ter um aumento de mortes em números absolutos de agosto para setembro, mas as tendências de queda vistas nas últimas semanas devem ser revertidas. "A tendência de alta de óbitos e de casos vai aumentar até meados de setembro, com certeza. Eu não creio que para setembro, ainda, vamos ver o número de óbitos absoluto como houve em agosto e julho, mas nós estamos observando que tem uma queda de óbitos e internações em todos os estados [que] vai modificar em setembro â começou pelo Rio e agora vai para São Paulo. Depois o Sul, Centro-Oeste, Nordeste e Norte", afirma Alves. âTudo indica que a variante delta vai se tornar dominante no Brasilâ, diz pneumologista A noção de que a situação carioca é um prenúncio para o resto do Brasil é compartilhada por outros cientistas. "O Rio de Janeiro hoje é como Manaus em janeiro, porque começou a variante gama em janeiro â 14, 15 de janeiro em Manaus â, e o resto do paÃs achando que não ia acontecer. Demorou em torno de 2 meses para ver o resto do Brasil tendo o mesmo padrão", lembra a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do EspÃrito Santo (Ufes). "Agora a gente começa no Rio de Janeiro â onde demorou em torno de um mês e meio para [a delta] ser dominante. Muito provavelmente [é] uma questão de tempo, pelo que nós estamos vendo em todos os paÃses e agora no Rio, inclusive pressionando de novo internação, agravamento, leitos, tudo de novo", completa. Até 30 de agosto, haviam sido contabilizados, segundo dados das secretarias estaduais reados ao Ministério da Saúde, 1.970 casos da variante delta no Brasil. Desses, 849 foram no Rio, o equivalente a 43%. Ethel Maciel lembra, entretanto, que a testagem no Brasil é insuficiente. Isso significa que, provavelmente, há muitas infecções não mapeadas. "Essa questão de número de casos no Brasil é difÃcil de estimar â como não tem programa de testagem, a pessoa precisa ir [ao serviço de saúde fazer o teste]", lembra. "à um fenômeno parecido com Estados Unidos, Reino Unido e Israel quando a [variante] delta entrou", diz Domingos Alves. "A diferença [para o Brasil] é que a porcentagem de pessoas vacinadas é muito baixa em relação a esses paÃses", ressalta Domingos Alves. Até o dia 30 de agosto, apenas cerca de 29% da população brasileira havia recebido as duas doses ou uma dose única de vacina contra a Covid-19. Os Ãndices mais altos estão em Mato Grosso do Sul (cerca de 44%), São Paulo (37%) e Rio Grande do Sul (35%). Na outra ponta, Maranhão, Amapá e Roraima aplicaram o esquema vacinal completo em apenas 21%, 15% e 13,5% de seus habitantes, respectivamente. Comportamento dos vacinados com uma dose Ainda que apenas a primeira dose da vacina não garanta a proteção contra o coronavÃrus â principalmente contra a variante delta â, ter recebido uma dose já faz com que as pessoas assumam mais comportamentos de risco, explica Ethel Maciel, inclusive no (não) uso da máscara. Junto a isso há, ainda, na avaliação da pesquisadora, uma sequência de erros na comunicação dos governos com a população sobre a situação da pandemia no paÃs. "A pandemia segue sem controle. Tudo precisa ser feito com muita cautela, e essa comunicação â e não só do ponto de vista do governo federal, mas [também] do governo estadual â tem como fim a campanha de 2022. Você coloca vidas em risco, as pessoas acreditam que a pandemia está controlada, que a vacinação no Brasil está maravilhosa", afirma Maciel. Máscaras N95 ou PFF2 são as mais eficientes na proteção contra o coronavÃrus "Começou uma corrida entre os estados para ver quem vai baixar faixa etária, como se vacinar com a primeira dose fosse suficiente. à um momento preocupante. As pessoas já não acham que precisam usar máscara. à uma situação complexa, mas está ficando cada vez mais complexa por causa desses erros de comunicação com a população", afirma. Ela lembra que, embora a variante delta não pareça, até onde se sabe, causar quadros mais graves de Covid-19, o fato de ela ser mais transmissÃvel faz com que consiga alcançar uma quantidade maior de pessoas. Dessa forma, aumenta a chance de que ela "encontre" alguém que vá desenvolver um quadro grave ou morrer. Em agosto, a média diária de mortes por Covid-19 (número total de mortes dividido pelo número de dias do mês) foi de 777 óbitos. Em julho, que tem a mesma quantidade de dias, a marca havia sido de 1.232 mortes. Mas Maciel lembra que, apesar de haver uma nova perspectiva em relação ao mesmo perÃodo do ano ado por causa das vacinas, o paÃs ainda registra, todos os dias, um número muito grande de mortes pela doença. "Também é sempre importante falar que o fato de estarmos chegando em torno de 800 mortes por dia não é algo a comemorar. Estão morrendo 800 pessoas por dia, continua péssimo. Quando a gente via na Itália [em 2020] que estavam morrendo 300 pessoas por dia, era uma catástrofe. E, agora a gente tem 800 pessoas [morrendo] e achamos que 'está melhorando bastante, estamos ótimos, vamos ter Carnaval'", diz. Metodologia O consórcio de veÃculos de imprensa começou o levantamento conjunto no inÃcio de junho de 2020. Por isso, os dados mensais de fevereiro a maio do ano ado são de levantamentos exclusivos do G1. A fonte de ambos os monitoramentos, entretanto, é a mesma: as secretarias estaduais de Saúde. Um ponto importante é que o consórcio monitora a data de registro das mortes, e não o dia em que elas ocorreram. Isso significa que mortes registradas em agosto podem ter ocorrido, na verdade, em julho, e assim sucessivamente. Outra observação sobre os dados é que, em 28 de julho de 2020, o Ministério da Saúde mudou a metodologia de identificação dos casos de Covid e ou a permitir que diagnósticos por imagem (tomografia) fossem notificados. Também ampliou as definições de casos clÃnicos (aqueles identificados apenas na consulta médica) e incluiu mais possibilidades de testes de Covid. Desde a alteração, mais de mil casos de Covid-19 foram notificados pelas secretarias estaduais de Saúde ao governo federal sob os novos critérios. G1 no YouTube 00:00 / 24:26 Veja VÃDEOS sobre vacina:
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