Novo Ensino Médio: como é hoje e como pode ficar 195u58

Texto aprovado pela Câmara (e que ainda depende do aval do Senado) prevê nova distribuição da carga horária das disciplinas obrigatórias. Entidades avaliam as principais mudanças. Entenda o novo Ensino Médio O projeto que busca mudar o Novo Ensino Médio e que foi aprovado nesta quarta-feira (20), na Câmara dos Deputados, prevê: um aumento da carga horária das disciplinas obrigatórias, como português e matemática, e um "encolhimento" da parte optativa do currículo; uma definição mais específica do que pode ser ofertado como "itinerário formativo" (aquelas disciplinas que o aluno escolhe cursar); uma flexibilidade maior nos cursos técnicos, para que, somente no caso deles, as disciplinas eletivas possam ocupar uma fatia maior da carga horária (entenda, em detalhes, mais abaixo). A proposta ainda precisará ser votada pelo Senado, que poderá fazer alterações no texto. Ainda não há data marcada para essa etapa. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Enem no WhatsApp Em vigor em todas as escolas públicas e privadas do país desde 2022, o Novo Ensino Médio tem sido alvo de críticas desde que foi implantado. Por essa razão, o governo federal enviou, em outubro de 2023, um projeto de lei para o Congresso para ajustar alguns pontos. Abaixo, veja o que está em vigor atualmente, como pode ficar o Novo Ensino Médio, e os prós e contras das mudanças propostas, segundo entidades do setor: ⏰ CARGA HORÁRIA Como é hoje: 1.800 horas para disciplinas obrigatórias (previstas na BNCC, a Base Nacional Comum Curricular) + 1.200 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno ou curso técnico). O que foi aprovado pela Câmara: 2.400 horas para disciplinas obrigatórias + 600 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno). O que dizem entidades do setor: O aumento da carga horária para as disciplinas obrigatórias é visto como positivo porque é justamente esse conteúdo que costuma ser cobrado em processo seletivos e vestibulares. A avaliação é tanto de entidades, como Todos Pela Educação, quanto de associações estudantis, incluindo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). O Consed, que reúne os secretários estaduais de educação, acredita que a nova divisão da carga horária representa um "compromisso essencial" com a qualidade do ensino e com o aprendizado dos estudantes, sem desconsiderar a importância da formação técnica. ???? DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS Como é hoje: Apenas português e matemática precisam estar presentes em todos os anos do ciclo, assim como estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. O que foi aprovado pela Câmara: Disciplinas obrigatórias em todos os anos do ensino médio: linguagens (português e inglês) e artes, educação física, matemática, ciências da natureza (biologia, física e química); ciências humanas (filosofia, geografia, história e sociologia). O ensino de espanhol a a ser facultativo, e não obrigatório, como o governo queria. O que dizem entidades do setor: Outro aspecto avaliado positivamente pelas entidades é a ampliação da lista de disciplinas obrigatórias para todos os anos, já que, na versão em vigor da etapa, apenas português e matemática seriam oferecidos em todos os anos. Além disso, a definição mais detalhada de como as áreas do conhecimento são constituídas também é algo a ser comemorado, pois permite às redes trabalhar melhor a interdisciplinaridade nas aulas. As entidades estudantis, no entanto, defendem que o espanhol seja disciplina obrigatória no currículo, já que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exige que o aluno escolha entre o inglês e o espanhol para ser avaliado na parte de língua estrangeira da prova. O ensino do espanhol é sobretudo sinônimo da integração latino-americana. Mesmo fazendo fronteira com 8 países que têm o espanhol como língua materna, temos [no Brasil] um distanciamento sociocultural dos nossos países-irmãos. O espanhol como 13ª disciplina obrigatória é um estímulo ao ensino da segunda língua nas escolas brasileiras e também uma forma de construir pontes em nosso continente. Já o Consed exaltou a decisão de garantir aos estados a flexibilidade de decidir sobre a implementação do espanhol na grade curricular. A entidade justificou que, ao manter a disciplina facultativa, as redes podem tomar essa decisão com base nas necessidades locais e na disponibilidade de recursos. ???? ITINERÁRIOS FORMATIVOS Como é hoje: As redes definem quantos e quais itinerários formativos vão ofertar. O que foi aprovado pela Câmara: Cada escola deve ofertar no mínimo dois itinerários (exceto as que oferecerem também o ensino técnico). Haverá uma delimitação dos itinerários formativos para aprofundamento nas áreas do conhecimento, devendo cada um contemplar ao menos uma dessas áreas (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática) ou uma formação técnica e profissional. O que dizem entidades do 4e234w

Novo Ensino Médio: como é hoje e como pode ficar
Texto aprovado pela Câmara (e que ainda depende do aval do Senado) prevê nova distribuição da carga horária das disciplinas obrigatórias. Entidades avaliam as principais mudanças. Entenda o novo Ensino Médio O projeto que busca mudar o Novo Ensino Médio e que foi aprovado nesta quarta-feira (20), na Câmara dos Deputados, prevê: um aumento da carga horária das disciplinas obrigatórias, como português e matemática, e um "encolhimento" da parte optativa do currículo; uma definição mais específica do que pode ser ofertado como "itinerário formativo" (aquelas disciplinas que o aluno escolhe cursar); uma flexibilidade maior nos cursos técnicos, para que, somente no caso deles, as disciplinas eletivas possam ocupar uma fatia maior da carga horária (entenda, em detalhes, mais abaixo). A proposta ainda precisará ser votada pelo Senado, que poderá fazer alterações no texto. Ainda não há data marcada para essa etapa. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Enem no WhatsApp Em vigor em todas as escolas públicas e privadas do país desde 2022, o Novo Ensino Médio tem sido alvo de críticas desde que foi implantado. Por essa razão, o governo federal enviou, em outubro de 2023, um projeto de lei para o Congresso para ajustar alguns pontos. Abaixo, veja o que está em vigor atualmente, como pode ficar o Novo Ensino Médio, e os prós e contras das mudanças propostas, segundo entidades do setor: ⏰ CARGA HORÁRIA Como é hoje: 1.800 horas para disciplinas obrigatórias (previstas na BNCC, a Base Nacional Comum Curricular) + 1.200 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno ou curso técnico). O que foi aprovado pela Câmara: 2.400 horas para disciplinas obrigatórias + 600 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno). O que dizem entidades do setor: O aumento da carga horária para as disciplinas obrigatórias é visto como positivo porque é justamente esse conteúdo que costuma ser cobrado em processo seletivos e vestibulares. A avaliação é tanto de entidades, como Todos Pela Educação, quanto de associações estudantis, incluindo a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG). O Consed, que reúne os secretários estaduais de educação, acredita que a nova divisão da carga horária representa um "compromisso essencial" com a qualidade do ensino e com o aprendizado dos estudantes, sem desconsiderar a importância da formação técnica. ???? DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS Como é hoje: Apenas português e matemática precisam estar presentes em todos os anos do ciclo, assim como estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia. O que foi aprovado pela Câmara: Disciplinas obrigatórias em todos os anos do ensino médio: linguagens (português e inglês) e artes, educação física, matemática, ciências da natureza (biologia, física e química); ciências humanas (filosofia, geografia, história e sociologia). O ensino de espanhol a a ser facultativo, e não obrigatório, como o governo queria. O que dizem entidades do setor: Outro aspecto avaliado positivamente pelas entidades é a ampliação da lista de disciplinas obrigatórias para todos os anos, já que, na versão em vigor da etapa, apenas português e matemática seriam oferecidos em todos os anos. Além disso, a definição mais detalhada de como as áreas do conhecimento são constituídas também é algo a ser comemorado, pois permite às redes trabalhar melhor a interdisciplinaridade nas aulas. As entidades estudantis, no entanto, defendem que o espanhol seja disciplina obrigatória no currículo, já que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) exige que o aluno escolha entre o inglês e o espanhol para ser avaliado na parte de língua estrangeira da prova. O ensino do espanhol é sobretudo sinônimo da integração latino-americana. Mesmo fazendo fronteira com 8 países que têm o espanhol como língua materna, temos [no Brasil] um distanciamento sociocultural dos nossos países-irmãos. O espanhol como 13ª disciplina obrigatória é um estímulo ao ensino da segunda língua nas escolas brasileiras e também uma forma de construir pontes em nosso continente. Já o Consed exaltou a decisão de garantir aos estados a flexibilidade de decidir sobre a implementação do espanhol na grade curricular. A entidade justificou que, ao manter a disciplina facultativa, as redes podem tomar essa decisão com base nas necessidades locais e na disponibilidade de recursos. ???? ITINERÁRIOS FORMATIVOS Como é hoje: As redes definem quantos e quais itinerários formativos vão ofertar. O que foi aprovado pela Câmara: Cada escola deve ofertar no mínimo dois itinerários (exceto as que oferecerem também o ensino técnico). Haverá uma delimitação dos itinerários formativos para aprofundamento nas áreas do conhecimento, devendo cada um contemplar ao menos uma dessas áreas (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens e matemática) ou uma formação técnica e profissional. O que dizem entidades do setor: Para as entidades estudantis, a mudança aprovada na Câmara aproxima os itinerários formativos do objetivo inicial, que é o de aprofundar o conhecimento do aluno em uma área de seu interesse. Segundo a Todos Pela Educação, a obrigatoriedade de que cada itinerário foque em ao menos uma das áreas do conhecimento pode melhorar a organização das disciplinas ofertadas. As mudanças são bem vistas ainda porque permitem que os itinerários tenham um escopo mais uniforme entre os colégios, independentemente da rede à qual eles pertençam. Em outro momento, as entidades já haviam apontado, por exemplo, discrepância entre as disciplinas optativas disponíveis em escolas públicas de interior e em colégios particulares de capital. ????️ CARGA HORÁRIA DO ENSINO TÉCNICO Como é hoje: 1.800 horas de disciplinas obrigatórias + 1.200 horas para o ensino técnico (equivalente à carga de outras disciplinas optativas). O que foi aprovado pela Câmara: 2.100 horas de disciplinas obrigatórias (sendo que 300 horas poderão ser destinadas a conteúdos da BNCC diretamente relacionados à formação técnica profissional oferecida, ficando 1.800). A carga horária máxima será de até 1.200 horas para o curso técnico escolhido. O que dizem entidades do setor: A Todos Pela Educação espera que o Senado faça alguns ajustes para aprimorar a proposta de compensação de horas das disciplinas obrigatórias no caso do ensino técnico. Na avaliação da entidade, o receio é o de que a variação de até 300 horas de formação geral básica acentue diferenças entre os alunos da formação técnica e aqueles que optarem por outras áreas de conhecimento. ???? ENSINO À DISTÂNCIA Como é hoje: A legislação permite que os conteúdos possam ser dados por meio de atividades on-line e que os sistemas de ensino possam firmar convênios com instituições de educação à distância. O que foi aprovado pela Câmara: Carga horária destinada à formação geral básica deve ser ofertada de forma presencial, itido, excepcionalmente, ensino mediado por tecnologia, em disciplinas como matemática, química, entre outras, com base em regulamento a ser elaborado. O que dizem entidades do setor: Para as entidades, é importante que os alunos estejam em sala de aula. Na visão deles, a oferta de disciplinas à distância poderá afastá-los das escolas. A restrição aprovada na Câmara para que o ensino à distância seja excepcional foi bem recebida. "Este é um avanço importante dada a redação da reforma original, que abria maiores possibilidades para a educação á distância no ensino nédio brasileiro", defende a entidade Todos Pela Educação. Para o Consed, no entanto, foi positiva a decisão de manter parcialmente a modalidade de ensino mediado por tecnologia, pois isso garante uma "oferta flexível do ensino médio". Para o órgão, essa alternativa é "fundamental para garantir o o à educação de qualidade a todos os estudantes, independentemente de sua localização geográfica".