Carro zero com desconto: governo vai renovar programa e liberar mais R$ 300 milhões o3n6s
Recursos vão vir da reoneração do diesel, afirmou o ministro Fazenda, Fernando Haddad. Pátio da Volkswagen nesta quarta-feira (28) em São Bernardo do Campo Reprodução/TV Globo O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) confirmou nesta quarta-feira (28) ao g1 que promoverá uma nova rodada de crédito para o programa do governo que barateia o carro zero. Pouco depois, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o valor adicional para a prorrogação do programa será de R$ 300 milhões, com recursos provenientes da reoneração do diesel (entenda mais abaixo). "Ia ser um programa de R$ 1,5 bilhão, mas vai ser de R$ 1,8 bilhão, mantendo o que eu falei desde o início: que seria um programa de menos de R$ 2 bilhões — e com recursos da reoneração do diesel, em virtude da queda do dólar e do preço do petróleo", explicou Haddad. Governo estuda prorrogar programa de desconto para carro zero para empresas, diz Haddad O desenho inicial do programa tinha a seguinte distribuição: R$ 500 milhões para automóveis; R$ 700 milhões para caminhões; R$ 300 milhões para vans e ônibus. De acordo com os últimos dados divulgados pelo MDIC, as fabricantes já solicitaram R$ 420 milhões em créditos tributários dos R$ 500 milhões disponíveis para automóveis. Os benefícios concedidos para veículos de transporte de ageiros chegaram a R$ 140 milhões, e de transporte de cargas, a R$ 100 milhões. Reoneração Para compensar a prorrogação e elevar o programa ao total de R$ 1,8 bilhão, Haddad explicou que o litro do diesel será reonerado em mais R$ 0,03 a partir de outubro. Entenda: ao lançar o programa, no início de junho, o governo anunciou que a fonte de recursos era a reoneração do diesel em R$ 0,11 a partir de setembro; segundo o ministro da Fazenda, essa reoneração a partir de setembro vai gerar uma arrecadação de R$ 1,6 bilhão — dos quais R$ 1,5 bilhão seriam inicialmente destinados ao custeio do programa; agora, com a prorrogação da medida, o governo vai utilizar essa "sobra" de R$ 100 milhões e reonerar ainda mais o litro do diesel para arrecadar os outros R$ 200 milhões necessários; ou seja, a partir de outubro, o litro do diesel será reonerado em mais R$ 0,03, chegando a R$ 0,14/litro. Montadoras Apesar de reduzir os preços, a ação foi limitada para compensar a falta de escoamento de produção das montadoras. Um vídeo feito na manhã desta quarta-feira (28) pelo Globocop, da TV Globo, causou repercussão ao registrar o pátio da montadora Volkswagen, em São Bernardo do Campo, com milhares de veículos à espera de serem vendidos. Pátio da Volkswagen no ABC fica lotado de veículos; montadora suspende temporariamente produção O acúmulo de estoque fez a montadora promover mais uma parada de produção em suas fábricas por conta de uma “estagnação do mercado”. Em outras palavras, a empresa continua sentindo a falta de demanda por veículos novos, que causou paralisações das principais montadoras do país no início do ano. O fenômeno é o mesmo que o g1 mostrou à época: os aumentos da taxa básica de juros, a Selic, feitos pelo Banco Central desde 2021, começaram a trazer consequências mais fortes para a economia. uma delas é, justamente, a redução do consumo por meio da dificuldade de concessão de crédito. o encarecimento do crédito junto com a redução do poder de compra da população reduziu o potencial de financiamento e, por consequência, a demanda por carros novos. As estimativas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) são de que o programa do governo, em sua primeira versão, traria descontos para 110 mil a 120 mil carros neste ano. A título de comparação, a produção prevista pela associação para 2023 é da ordem de 2,4 milhões de novos veículos, sendo mais de 2 milhões para o mercado interno. Ou seja: o dinheiro despejado pelo governo só trará diferencial de preço para pouco mais de 5% dos novos veículos. Questionada, a Anfavea não comentou o assunto. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que contabiliza o emplacamento de carros novos no Brasil, também não divulgou números antes de sua coletiva de imprensa, no próximo dia 4. Preços-base não vão mudar Mesmo com os pátios lotados, os preços não serão reduzidos, na visão de analistas ouvidos pelo g1 em março. O excedente de produção, em tese, deveria criar novas condições para a comercialização de veículos — a famosa lei da oferta e demanda da economia —, mas analistas dizem que as montadoras precisam retomar as perdas por conta do momento que viveram durante a pandemia de Covid. Com custo de produção em alta devido aos entraves logísticos e falta de matéria-prima durante os últimos anos, as empresas precisam recuperar o “dinheiro perdido”. Ainda que as cadeias logísticas tenham melhorado em 2022, houve a guerra na Ucrânia que trouxe novos impactos em preços de commodities necessárias para a indústria. É o caso de metais usados em semicondutores, peças responsáveis pela condução das co 2a2on


Recursos vão vir da reoneração do diesel, afirmou o ministro Fazenda, Fernando Haddad. Pátio da Volkswagen nesta quarta-feira (28) em São Bernardo do Campo Reprodução/TV Globo O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) confirmou nesta quarta-feira (28) ao g1 que promoverá uma nova rodada de crédito para o programa do governo que barateia o carro zero. Pouco depois, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o valor adicional para a prorrogação do programa será de R$ 300 milhões, com recursos provenientes da reoneração do diesel (entenda mais abaixo). "Ia ser um programa de R$ 1,5 bilhão, mas vai ser de R$ 1,8 bilhão, mantendo o que eu falei desde o início: que seria um programa de menos de R$ 2 bilhões — e com recursos da reoneração do diesel, em virtude da queda do dólar e do preço do petróleo", explicou Haddad. Governo estuda prorrogar programa de desconto para carro zero para empresas, diz Haddad O desenho inicial do programa tinha a seguinte distribuição: R$ 500 milhões para automóveis; R$ 700 milhões para caminhões; R$ 300 milhões para vans e ônibus. De acordo com os últimos dados divulgados pelo MDIC, as fabricantes já solicitaram R$ 420 milhões em créditos tributários dos R$ 500 milhões disponíveis para automóveis. Os benefícios concedidos para veículos de transporte de ageiros chegaram a R$ 140 milhões, e de transporte de cargas, a R$ 100 milhões. Reoneração Para compensar a prorrogação e elevar o programa ao total de R$ 1,8 bilhão, Haddad explicou que o litro do diesel será reonerado em mais R$ 0,03 a partir de outubro. Entenda: ao lançar o programa, no início de junho, o governo anunciou que a fonte de recursos era a reoneração do diesel em R$ 0,11 a partir de setembro; segundo o ministro da Fazenda, essa reoneração a partir de setembro vai gerar uma arrecadação de R$ 1,6 bilhão — dos quais R$ 1,5 bilhão seriam inicialmente destinados ao custeio do programa; agora, com a prorrogação da medida, o governo vai utilizar essa "sobra" de R$ 100 milhões e reonerar ainda mais o litro do diesel para arrecadar os outros R$ 200 milhões necessários; ou seja, a partir de outubro, o litro do diesel será reonerado em mais R$ 0,03, chegando a R$ 0,14/litro. Montadoras Apesar de reduzir os preços, a ação foi limitada para compensar a falta de escoamento de produção das montadoras. Um vídeo feito na manhã desta quarta-feira (28) pelo Globocop, da TV Globo, causou repercussão ao registrar o pátio da montadora Volkswagen, em São Bernardo do Campo, com milhares de veículos à espera de serem vendidos. Pátio da Volkswagen no ABC fica lotado de veículos; montadora suspende temporariamente produção O acúmulo de estoque fez a montadora promover mais uma parada de produção em suas fábricas por conta de uma “estagnação do mercado”. Em outras palavras, a empresa continua sentindo a falta de demanda por veículos novos, que causou paralisações das principais montadoras do país no início do ano. O fenômeno é o mesmo que o g1 mostrou à época: os aumentos da taxa básica de juros, a Selic, feitos pelo Banco Central desde 2021, começaram a trazer consequências mais fortes para a economia. uma delas é, justamente, a redução do consumo por meio da dificuldade de concessão de crédito. o encarecimento do crédito junto com a redução do poder de compra da população reduziu o potencial de financiamento e, por consequência, a demanda por carros novos. As estimativas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) são de que o programa do governo, em sua primeira versão, traria descontos para 110 mil a 120 mil carros neste ano. A título de comparação, a produção prevista pela associação para 2023 é da ordem de 2,4 milhões de novos veículos, sendo mais de 2 milhões para o mercado interno. Ou seja: o dinheiro despejado pelo governo só trará diferencial de preço para pouco mais de 5% dos novos veículos. Questionada, a Anfavea não comentou o assunto. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), que contabiliza o emplacamento de carros novos no Brasil, também não divulgou números antes de sua coletiva de imprensa, no próximo dia 4. Preços-base não vão mudar Mesmo com os pátios lotados, os preços não serão reduzidos, na visão de analistas ouvidos pelo g1 em março. O excedente de produção, em tese, deveria criar novas condições para a comercialização de veículos — a famosa lei da oferta e demanda da economia —, mas analistas dizem que as montadoras precisam retomar as perdas por conta do momento que viveram durante a pandemia de Covid. Com custo de produção em alta devido aos entraves logísticos e falta de matéria-prima durante os últimos anos, as empresas precisam recuperar o “dinheiro perdido”. Ainda que as cadeias logísticas tenham melhorado em 2022, houve a guerra na Ucrânia que trouxe novos impactos em preços de commodities necessárias para a indústria. É o caso de metais usados em semicondutores, peças responsáveis pela condução das correntes elétricas. São chips indispensáveis para a montagem de automóveis e eletroeletrônicos — que também tiveram aumento de demanda durante a pandemia. Além disso, o mercado está em momento de alta competitividade, já que as montadoras correm contra o relógio em busca de desenvolver veículos que funcionem com novas matrizes energéticas, por exemplo. A eletrificação da linha demanda investimentos em pesquisa e eficiência, para que o produto final tenha preço competitivo dentro do mercado.
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